Curso de Filosofia da Educação


Curso de Filosofia da Educação, Online, Grátis e Com Certificado Gratuito Para Imprimir

Neste Curso de Filosofia da Educação você aprenderá entre outras coisas pontos importantes como: Antropologia filosófica e educação, Teoria do Conhecimento e Educação, Ética no contexto escolar, Estética, etc.

A filosofia da educação é o campo da filosofia que se ocupa da reflexão sobre os processos educativos, os sistemas educativos, a sistematização de métodos didáticos, entre outros temas relacionados com a pedagogia.




Indicação de Livro: O Livro da Filosofia

Clique na Imagem Para Acessar

O Rosto - Reflexão Fundamentada no Pensamento de Emmanuel Levinas


 Clique na Imagem Para Acessar

Emmanuel Levinas, el Otro como Llamado a la Responsabilidad


La filosofía de Emmanuel Levinas es el resultado de la influencia ejercida por el llamado grupo de las tres H (G. W. F. Hegel, Edmund Husserl y Martin Heidegger). Lituano de nacimiento, es uno de los representantes más famosos del pensamiento contemporáneo y la filosofía continental. No obstante, entender su obra es también adentrarse de golpe en los motivos fundamentales de nuestra época.

En los últimos años, se ha reavivado el debate en torno a su relevancia. Más específicamente sobre su rol dentro del movimiento fenomenológico. Sin embargo, su importancia va más allá del ámbito teórico. 

Entre las ideas más discutidas se encuentra su crítica a la metafísica occidental que ha olvidado a la ética como tema central de la filosofía. Y, en segundo lugar, la definición de un nuevo sujeto humano en su relación “cara a cara” con el otro.

Su concepto clave, pues, está contenido en la palabra francesa autrui, que designa al otro. Hay que ver en este una figura de otro ser humano y no una cosa susceptible de ser conocida.

Recordemos, por ejemplo, que en Jean Paul Sartre el otro es un enemigo. “El infierno son los otros”, decía el existencialista. Por otro lado, en la ontología heideggeriana es un medio de acceso al ser. De esta forma, entre uno y otro, Levinas revaloriza la alteridad para poder colocar a la ética como metafísica primera.

Clique na Imagem Para Continuar Lendo!



A Ética e a Constituição Federal

Para não ficar muito distante da conversa daquilo que é o interesse central do nosso curso, vamos ver como alguns princípios éticos aparecem em nossa Constituição Federal de 1988.

TÍTULO I

Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

  • a soberania;
  • cidadania;
  • dignidade da pessoa humana;
  • os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
  • pluralismo político.

    Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

  • construir uma sociedade livre, justa e solidária;
  • garantir o desenvolvimento nacional;
  • erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
  • promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Dessa forma, o aprendizado da ética seria o aprendizado da convivência. Aprender a conviver juntos é um dos maiores desafios no século 21. A ética pode ser uma bússola para orientar o pensamento e responder a seguinte pergunta: qual sociedade eu ajudo a formar com a minha ação?

Afinal nem tudo que eu quero eu posso, nem tudo que eu posso eu devo, nem tudo que eu devo eu quero.


Concorda com a proposta de Cortela quanto ao equilíbrio entre o que eu quero, o que eu posso e o que eu devo?



Fonte: Curso Ética e Serviço Público - ENA Virtual.

Dever e Liberdade

A moral é o conjunto de regras que orientam o comportamento dos indivíduos de um grupo num certo momento da história. Isso nos leva a seguinte situação: exterioridade da moral x necessidade de adesão.

Essa oposição é claramente percebida no crescimento do ser humano, na passagem da infância para a vida adulta. No questionamento das regras estabelecidas sobre esse sujeito e o desejo de seguir suas próprias regras, ele deixa uma situação de heteronomia em direção da autonomia. No entanto, isso causa um abalo no tecido moral já que as normas de conduta são questionadas. O problema é que não se pode questionar as regras tendo em vista apenas seus interesses pessoais.

Como o homem vive em sociedade (lembra-se do Módulo 1?) e convive com outras pessoas é preciso levar em conta que qualquer ato compromete aqueles que te cercam. Eis aqui a necessidade de um equilíbrio. O sujeito consciente vai viver essa contradição. Por isso, é imprescindível a liberdade e a consciência. Ao conviver com outras pessoas (quer seja na sociedade, quer seja na escola, quer seja no órgão do qual eu faço parte) e fazendo isso de forma voluntária, cria-se um “dever ser” que surge da consciência moral.

O professor José Arthur Gianotti assim se expressa:

“Os direitos do homem, tais como em geral têm sido enunciados a partir do século XVIII, estipulam condições mínimas do exercício da moralidade. Por certo, cada um não deixará de aferrar-se à sua moral; deve, entretanto, aprender a conviver com outros, reconhecer a unilateralidade de seu ponto de vista. E com isto está obedecendo à sua própria moral de uma maneira especialíssima, tomando os imperativos categóricos dela como um momento particular do exercício humano de julgar moralmente. Desse modo, a moral do bandido e a do ladrão tornam-se repreensíveis do ponto de vista da moralidade pública, pois violam o princípio da tolerância e atingem direitos humanos fundamentais”.

(GIANOTTI, José Athur. Moralidade pública e moralidade privada. In: NOVAES, Adauto (Org.) Ética. São Paulo: Companhia das Letras/ Secretaria Municipal de Cultura, 1992. P.245).


Conceituando Ética e Moral

 1. O que eu quero, o que eu posso e o que eu devo

Muito provavelmente, sempre que você leu ou conversou sobre Ética estas palavras apareceram:

Outra coisa que não pode faltar numa conversa sobre o tema ética são os filósofos e demais pensadores que de alguma forma deram alguma contribuição acerca do tema:

"O mais corrupto dos Estados tem o maior número de leis" - Tácito.


"Tudo o que não puder contar como fez, não faça!" - Immanuel Kant


Vamos dar uma olhada em algumas imagens que escolhi para iniciar a conversa desse módulo e para verificarmos se é pertinente ou não conversarmos sobre Ética:





As imagens te afetaram de alguma forma? Causaram-lhe certo desconforto? A resposta é sim? Pois bem, é sinal que seu senso moral ainda funciona e a sua bússola moral aponta para o caminho contrário da injustiça. Se a resposta tiver sido não, seu caso é um pouco mais sério. No entanto, enquanto estiver vivo é possível rever seus valores e adotar aqueles mais condizentes com a sociedade atual.

Olhando pela ótica da Ética e da Moral, as imagens acima nos levam a reflexão acerca da nossa vida pessoal e do nosso exercício profissional.

Assim, podemos fazer aqui alguns questionamentos:

  • Entendemos claramente o que é Ética e o que é Moral?
  • Qual a diferença entre moral, amoral e imoral?
  • Estamos agindo de forma ética e moralmente correta no exercício de nossas atividades profissionais?

2. Conceituando Ética e Moral

Para compreender melhor o que é Ética e sua necessidade frente aos dilemas éticos que estamos expostos ao longo de nossas vidas, quer seja na dimensão particular, quer seja na dimensão profissional, separamos um vídeos e um texto bem claro para lhe ajudar a entrar no mundo da Filosofia da Moral ou Ética:


Ética e moral: Qual é a diferença?

Vejamos uma história contada e recontada a muitos séculos.

Diógenes de Abdera, o cínico, era um filósofo-mendigo que viveu na Grécia antiga por volta do século IV A.C. Diz-se que, ao invés de casa, morava num barril e contestava com ironia o modus vivendi e a pretensa sabedoria dos cidadãos atenienses, bem como a corrupção da época.

Conta-se com uma de suas peripécias, que ele costumava sair com uma lanterna em pleno dia, com ar muito sério e investigativo. Aos passantes que lhe perguntavam o que procurava, ele respondia com gravidade:

  • Um homem honesto. Procuro por um homem honesto.
    E seguia resoluto, olhando pelos cantos e também iluminando bem de perto o rosto dos cidadãos gregos.

Qual seria sua resposta se topasse com Diógenes por ai?

Aranha (2012) abre o capítulo em que trata de Ética e Moral como os seguintes questionamentos: que é ser moral? Para que ser moral?

Segundo a autora, as respostas a essas duas questões são cruciais para orientar nossa conduta em relação aos outros e a nós mesmos. O que entendemos por “bem” e por “mal” pode definir que tipo de pessoa queremos ser e que compromisso temos com os valores éticos e morais.

Podemos afirmar que não existe uma natureza humana. Levando em conta tudo que estudamos até aqui (que vivemos em uma sociedade que atua sobre nós e que nos influência em nossa conduta; que adquirimos ao longo de nossas vidas uma cultura que está relacionada ao grupo social ao qual pertencemos que a produz e que é produzido por ela; que dentro dessa cultura estão os valores, crenças e hábitos que usamos para realizar nossas escolhas) podemos afirmar que ninguém nasce moral, ou seja, com uma conduta definida naturalmente tipo filho de peixinho, peixinho é. Não é bem assim.

Este é trecho da música Quatro Vezes Você da banda Capital Inicial

O que você faz quando
Ninguém te vê fazendo
Ou que você queria fazer
Se ninguém pudesse te ver

Na obra A República, Platão relata a lenda sobre um anel que tornaria invisível quem conseguisse virar o engaste para dentro. Foi isso que aconteceu com Giges.

Isso nos faz pensar sobre os motivos que estimulam ou coíbem uma ação. Ou seja, o que você faria se ninguém pudesse lhe ver? É justamente nessa ocasião que percebe-se a sujeito moral.

Isso é certo ou errado? Bom ou ruim? Devo ou não devo? Provavelmente você já deve ter feito alguma dessas perguntas na hora de tomar uma decisão ou fazer uma escolha. Essas perguntas permeiam a reflexão sobre dois termos: ética e moral.

É muito comum esses termos serem confundidos como se significassem a mesma coisa. Embora estejam relacionados entre si, moral e ética são conceitos distintos.

2.1. O significado de Ética e Moral

Para Norberto Bobbio, Ética é “a atribuição [subjetiva] de valor ou importância a pessoas, condições e comportamentos e, sob tal dimensão, é estabelecida uma noção específica de Bem a ser alcançado em determinadas realidades concretas, sejam as institucionais ou sejam, as históricas”.

Vejamos um pouco mais detalhadamente o que Bobbio quis dizer.

A palavra “ética” vem do grego ethos. Em sua etimologia, ethos significa literalmente morada, habitat, refúgio. O lugar onde as pessoas habitam. Mas para os filósofos, a palavra se refere a “caráter”, “índole”, “natureza”.

Enquanto preocupação com os outros seres humanos, a ética existe desde as primeiras grandes civilizações. Agora, foram os gregos que deram início a reflexão sobre a conduta humana, que ser tornará um campo da Filosofia conhecida como Ética ou Filosofia da Moral.

Sócrates coloca o autoconhecimento como a melhor forma de viver com sabedoria. E seguindo a máxima de Aristóteles em “Ética a Nicômaco” e em seu pensamento moral de forma geral, “somos o resultado de nossas escolhas”. Aristóteles acreditava que a ética caracteriza-se pela finalidade e pelo objetivo a ser atingido, isto é, que se possa viver bem, ter uma vida boa, com e para os outros, com instituições justas. Já Platão entende que a justiça é a principal virtude a ser seguida.

Neste sentido, a ética é um tipo de postura e se refere a um modo de ser, à natureza da ação humana, ou seja, como lidar diante das situações da vida e ao modo como convivemos e estabelecemos relações uns com os outros. É uma postura pessoal que pressupõe uma liberdade de escolha.

O que estamos fazendo uns com os outros? Quais são as nossas responsabilidades pessoais diante do outro? Uma postura ou conduta ética pode ser a realização de um tipo de comportamento mediado por princípios e valores morais.

A palavra “moral” deriva do latim mores, que significa “costume”. Aquilo que se consolidou ou se cristalizou como sendo verdadeiro do ponto de vista da ação. A moral é fruto do padrão cultural vigente e incorpora as regras eleitas como necessárias ao convívio entre os membros dessa sociedade, regras estas determinadas pela própria sociedade.

Na época medieval, por exemplo, a moral era muito atrelada a crenças religiosas. A sociedade buscava na religião um meio para orientar o homem a agir de acordo com valores éticos. Após a Idade Moderna, o Estado passou a estimular regras e valores éticos, por meio de leis e o reconhecimento dos deveres de um sujeito em responder pelas consequências de seus atos.

2.2. Moral e Imoral

E o que seria um comportamento moral ou imoral? Assim como a reflexão ética, uma conduta moral também é uma escolha a ser feita. As normas ou códigos morais são cumpridos a partir da convicção íntima da pessoa que se comporta. Uma pessoa moral age de acordo com os costumes e valores de uma determinada sociedade. Ou seja, quem segue as regras é uma pessoa moral; quem as desobedece, uma pessoa imoral.

Uma pessoa moral ou imoral não é necessariamente aquela que segue as leis ou regras jurídicas. Comportamentos como furar fila no banco, jogar lixo no chão, colar na prova, falar mal de um colega na frente do outro ou não dar espaço para os mais velhos no metrô não são considerados ilegais, mas podem ser atos imorais.

A ética, por sua vez, é a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, que reflete e questiona sobre as regras morais. A reflexão ética pode inclusive contestar as regras morais vigentes, entendendo-as, por exemplo, como ultrapassadas ou simplesmente erradas do ponto de vista pessoal.

Os filósofos antigos (gregos e romanos) consideravam a vida ética transcorrendo como um embate contínuo entre nossos apetites e desejos – as paixões – e nossa razão. Eles estabeleceram três aspectos principais para a ética: o racionalismo (a vida virtuosa é agir em conformidade com a razão, que conhece o bem, o deseja e guia nossa vontade até ele); o naturalismo (a vida virtuosa é agir em conformidade com a Natureza - o cosmos - e com nossa natureza – ethos -, que é uma arte do todo natural); e a inseparabilidade entre ética e política, ou seja, entre a conduta do indivíduo e os valores da sociedade.

Um exemplo. Como lidar com uma pessoa que roubou um remédio para salvar uma vida? Seu comportamento é imoral, ela quebrou a regra de uma sociedade. Mas será que seria justificado eticamente?

A moral é constituída pelos valores previamente estabelecidos e comportamentos socialmente aceitos e passíveis de serem questionados pela ética, em busca de uma condição mais justa. É possível uma ação moral ou imoral sem qualquer reflexão ética, assim como é possível uma reflexão ética acompanhada de uma ação imoral ou amoral.

Basicamente, quando se trata de moral, o que é certo e errado depende do lugar onde se está. A ética é o questionamento da moral, ela trata de princípios e não de mandamentos. Supõe que o homem deva ser justo. Porém, como ser justo? Ou como agir de forma a garantir o bem de todos? Não há resposta predefinida. Mas há sempre uma resposta a ser pensada.

Ninguém nasce com ética ou com moral. São construções culturais e simbólicas. As pessoas podem aprender ética na família, na escola, na rua, no trabalho. Esses conceitos são adquiridos ao longo da experiência humana, seja pela cultura, pelas regras jurídicas, pela educação ou por reflexões pessoais.

Acredito que esta tabela poderá ajudar a entender um pouco melhor a diferença entre Ética e Moral.

Diferenças entre Ética e Moral
ÉTICA
MORAL
PrincípiosCostumes
Adquirida pela reflexãoAdquirida no meio em que se vive
Imutável (ou mais resistente à mudança)Mutável (ou mais aberta à mudança)
ValoresPráticas
Imposta pelo indivíduo a si mesmoImposta pela sociedade
Mais abrangente que a MoralDecorrente da Ética
UniversalCultural

Quando uma empresa diz que possui um “código de ética”, na verdade o que se está presente no texto são códigos ou regras de moral que buscam criar uma cultura ética. A moral é convenção e a ética, reflexão.

Fonte: Curso Ética e Serviço Público - ENA Virtual.

Precisa de Ajuda?